andamos fora da estrada por uns longos meses. a gvt, aquele provedor que se auto-elogia como a melhor banda larga do país, é como certas marcas de automóvel que frente ao crescimento não conseguem dar conta da demanda e tome espera de meses por peças básicas. pois bem, tal se repete com a gvt que não consegue prestar assistência hábil a seus usuários demorando até mais de quatro dias para solucionar problemas mecânicos(desconecção de fios nas malditas caixas de distribuição, problema recorrente) de maneira que por maior que seja a paciência do jeg, escoiceei a dita cuja, preferindo ficar sem tal provecção a comungar com tamanha incompetência e desrespeito ao cliente - 4 dias para prestar assistência a um produto cuja medida de tempo é nanosegundos, tenha dó.
isto posto, estamos voltando lentamente. mas se querem saber, a demora valeu a pena. vamos voltar com mais de 100 páginas do catálogo(completo) de peças do jeg , raro biscoito fino que inclusive servirá de guia para aqueles que tem dúvidas sobre itens originais do jeg. é claro que as instruções de como pedir as peças não poderão ser utilizadas, já que a produção foi descontinuada.
enquanto isto vamos rememorar, com esta máteria do "tudo sobre fora de estrada", do lamaeoffroad.blogspot.com que também deu guarida, com louvor, ao jeg.
i´ll be back.
Produto mais conhecido da empresa Dacunha, de São Bernardo do Campo (SP), o Jeg representou mais uma tentativa de colocação no mercado de um jipe de projeto e fabricação nacionais. Apresentado no X Salão do Automóvel, em 1976, pela firma ABC Diesel Veículos e Mecânica Ltda., o carro tinha carroceria de duas portas e quatro lugares. Construído com chapas de aço dobradas sobre plataforma Kombi Volkswagen com entre-eixos encurtado em 40 cm, dela herdava toda a mecânica VW: motor boxer traseiro refrigerado a ar (1600, carburação simples e 48 cv), quatro marchas sincronizadas, suspensão por barras de torção e freios hidráulicos a tambor. Apenas as rodas foram trocadas por outras maiores, aro 15, com pneus tipo cidade-campo. Como nos jipes tradicionais, tinha acabamento espartano, capota e portas de lona e janelas laterais de material plástico transparente, de enrolar; revelou-se, porém, mais espaçoso e confortável do que os concorrentes. Com 3,30 m de comprimento, apresentava vão livre de 30 cm e quase 1,3 t de capacidade de carga.
O modelo definitivo foi lançado em julho de 1977, com produção de dez unidades mensais. Recebeu então uma versão militar com algumas adaptações para o novo uso, tais como iluminação camuflada, engate para reboque e latão montado na traseira esquerda, como reserva adicional de 20 litros de combustível (opcional no modelo civil). Na ocasião, o nome da empresa foi mudado para Dacunha Veículos e Mecânica S.A. – referência à controladora Dacunha Transportes (fundada em 1971, era uma das maiores e mais rentáveis “cegonheiras” da época, transportando com exclusividade a produção 0 km Volkswagen).
No XI Salão, em 1978, foram lançadas duas novas versões: TA, com teto rígido de aço, e MC, uma picape com engenhosa capota de lona sanfonada (com a diversificação, o modelo com capota de lona passou a chamar-se TL). Com as novas versões chegou um pequeno retoque na traseira, que perdeu a inclinação existente na altura da tampa do motor, alteração traduzida em melhor aproveitamento do espaço interno. Todos os modelos tinham pequenos estribos tubulares sob as portas, que nos últimos exemplares viriam a ser aumentados, ligando as duas caixas de roda. Os carros também passavam a contar com um sistema de freio de mão com bloqueio seletivo das rodas traseiras, facilitando o trânsito por terrenos difíceis.
A Dacunha estava atenta, porém, à deficiência comum a todos os utilitários com mecânica VW – a ausência da tração nas quatro rodas – que muito limitava sua aplicação em tarefas fora de estrada mais pesadas. Para resolvê-la, associou-se à empresa de engenharia QT, também de São Bernardo do Campo (formando a Dacunha-QT), e juntas desenvolveram um projeto de conversão das plataformas Volkswagen em veículos 4×4, sistema testado em duas Kombis e depois adequado ao Jeg 4×4, lançado em 1980. O sistema de tração compreendia uma caixa de transferência instalada na saída do câmbio, da qual partia o cardã que acionava o diferencial dianteiro; este continha as mesmas relações do diferencial traseiro, do qual também aproveitava a carcaça. A suspensão dianteira se manteve independente, com barras de torção, recebendo dois semi-eixos, por conta da tração dianteira. A tração 4×4 não era permanente, podendo ser desconectada na caixa de transferência; o carro vinha com roda-livre na dianteira.
Com o novo modelo, a empresa tentou investir nas exportações. Ainda em 1980 um Jeg 4×4 foi embarcado para a República Federal da Alemanha para ser testado pelo exército daquele país, que necessitava renovar 1.200 utilitários de sua frota. Também havia planos de venda de 3.500 unidades para a Grã-Bretanha e o Mercado Comum Europeu. Apesar da expectativa, nenhum grande negócio foi fechado.( Para o mercado interno foi projetado e colocado à venda um sistema de transmissão para picapes e caminhões médios e pesados, transformando veículos 4×2 em 4×4, 6×4 ou 6×6 (o equipamento chegou a ser fornecido para a GM, que o utilizou na picape Chevrolet D-20). Na conversão, a Dacunha-QT utilizava caixas de transmissão de produção própria e adquiria eixos de tração e suspensões da Cobrasma, que os fabricava segundo projeto da QT).
A falta de estrutura industrial da empresa, aliada à falta de perspectivas de vendas para as Forças Armadas brasileiras, que na época não admitiam veículos com motor traseiro, levou à suspensão da produção do Jeg em 1981. O número total de unidades fabricadas é impreciso; segundo informações de ex-funcionários da empresa foi superior a 500, poucas delas com tração nas quatro rodas. Um único exemplar recebeu motor diesel VW e algumas alterações na carroceria: grade e radiador dianteiros (da Kombi), faróis e lanternas quadrados e laterais frisadas para melhor estruturar a lataria. A Dacunha Transportes continuou em operação até 2000, quando vendeu o controle para outra empresa do setor.
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