Wednesday, January 01, 2014

recapitulando ou como diria gide: "tudo já foi dito mas como ninguém presta mesmo atenção é sempre bom dizer novamente"

JEG

(AWD Truck Manufacturers, history, logo, PADRES DEL AUTO)


Embora alguns catálogos de época deem esse modelo como argentino, o JEG era brasileiro. Lançado em 1978* era fabricado pela Dacunha. O motor era da Brasilia, traseiro, com 15 mil cm3 e dois carburadores**. da mesma forma que o Gurgel contava com uma especie de blocante manual, na verdade era possível travar cada uma das rodas independente da outra.*** O carro era feito em chapas de aço com carroceria monobloco, ao contrario de seu principal concorrente. A carroceria e toda em chapa dobrada, e pode ser fabricado com uma guilhotina e uma dobradeira. Mesmo assim encontrou dificuldades e deixou de ser produzido ainda na década de 80.

Desde a frente, com seu para-choque encimado, no centro, por um guincho manual e protetores de faróis, de forma vertical e filetes verticais, o JEG oferece uma impressão de robustez, que constituía o maior apelo da fabrica para sua comercialização. Quanto ao motor, o Volkswagen 1600 refrigerado a ar, de manutenção simples e de mecânica amplamente conhecida, constitui uma garantia de tranquilidade por muitos quilômetros, alem de permitir a resposta pronta a todas as solicitações, com potencia suficiente.

A tração dianteira do JEG é um projeto exclusivo da Dacunha. Ao lado da alavanca de cambio encontrava-se a alavanca de engate das rodas dianteiras. O JEG tinha tração 4x2 traseira. Tentou-se fazer uma tração 4x4 mas ficou apenas na fase de protótipo.*** A transmissão e realizada por embreagem mono-disco a seco, de acionamento mecânico, cambio de quatro marchas sincronizadas para a frente e para a ré, com alavanca de mudanças no assoalho. A suspensão e dianteira, independente com duas barras de torção em feixes, barra estabilizadora e amortecedores hidráulicos telescópicos.

Cel.Catarino engenheiro do IME no Rio de Janeiro, foi trabalhar na Dacunha (S.Bernardo do Campo - Atras da Volks) na epoca em que a empresa fabricava o JEG. Posteriormente montou uma empresa denominada "QT-Engenharia", em Barueri, na margem da Castelo Branco, e projetaram uma caixa de transmissão que a ZF (Sao Caetano) autorizou a fabricacão. Detalhe: no fundido da caixa vinha a marca QT/ZF juntas - um orgulho para a tecnologia nacional da época. Essa transmissão era aplicada nos caminhões (Ford / GM / Chrysler ) 6x6 que acompanhavam o inicio dos investimentos em alcóol no Brasil.

Em 1976, a Volkswagen do Brasil, desenvolveu um modelo para oferecer ao Exercito Brasileiro como veiculo de reconhecimento, mas não foi aceito, e o projeto foi logo abandonado. Deu origem ao JEG, fora de série fabricado pela DaCunha. O desenho, lembra bastante o VW Typ 181, foi reaproveitado no JEG, embora mais simplificado.
 


*nota do voudejeg: o lançamento do jeg aconteceu no salão do automóvel de 1976(veja anúncio de lançamento em posts anteriores). em 77 modelos foram comercializados. como venho dizendo e batendo na mesma tecla, tudo sobre o jeg é muito controverso. é por isso que sempre que adiciono uma informação uso o bordão "como reza a lenda" porque muitas delas não é possível confirmar. então para evitar o risco de adotar o "senso comum" - que já causou muitas tragédias - é sempre bom conferir, mesmo aquilo que é dado como certo e corrente na web.



** não há confirmação se todos os jegs sairam com esta motorização, e quantos a gasolina ou alcool.


*** nota do voude jeg. este recurso, o selectration, patenteado pela gurgel, foi licenciado para a dacunha que equipou o jeg com este recurso mas com visual e alavancas do sistema diferentes. 

****nota do voudejeg: há divergências em relação a esta informação. na califórnia, como publicamos aqui, há um jeg 4x4 de linha - não é protótipo - e, ao que parece o próprio catharino tem também uma unidade 4x4, porém em um jeg com design já modificado.


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