Wednesday, September 27, 2006

e a cegonha(não)matou o jeg

único exemplar do jeg 4x4 com motorização a diesel, pertencente ao seu projetista, cel.catharino, militar ligado a criaçao de outros veículos para o exército. difere das anteriores gerações , trazendo mais fortemente a lembrança mater da kombi, de quem herdou motor, chassi(encurtado) e suspensão(clique nas imagens para ler a reportagem publicada na revista fusca&cia)

o feio não é bonito. assim é se lhe parece

o design do jeg nos conduz a escola alemã cujas retas são percebidas por muitos com bastante estranheza.

off-road ou out-road?

interesses outros encurtaram a vida do jeg ditos cujos que esta reportagem não revela.

a alma é a mesma. mas estes tem mais cara de jeg

com teto rígido ou capota, o jeg apesar de nítidas influências e lembranças de outros jipes, acaba por tornar-se inconfundível

dava e dá pro gasto de sobra

quando muita gente faz desdém do jeg, principalmente os montados em "puros-sangues" mostram aí mesmo sua bestialidade. o brasil foi elevado de colônia a país liberto, no lombo dos jegues. e até hoje apesar de sua extinção(do jegue de quatro patas e do jeg de quatro rodas) o jegue abre caminhos neste país. talvez, por temer isso mesmo, o desprezo pela imagem do semelhante.

idéia força concretizada

bancos da mercedinha 608, direção idem. na versão única a diesel, o painel da kombi, em nossa humilde opinião, retira-lhe a mística. da mesma maneira que o radiador frontal enfraquece a idéia de fortaleza(que o jeg realmente é) em virtude de suscitar a lembrança dos problemas enfrentados pelas kombi com motor diesel, injustiçando tal motorização.

pode até parecer, mas o jeg não é fichinha não

material gentilmente enviado pelo marcelo marchiodi.

Thursday, September 21, 2006

saudades pelo retrovisor

CBT Javali 4x4 Turbo Diesel – repetindo a máxima: “O Trator que virou jipe”

Já ouvi de tudo nessa vida de tangências no mundo fora-de-estrada. Mas uma coisa que nunca ouvi, foi uma opinião sincera quanto ao crucificado jipe CBT Javali; uma das tentativas tupiniquins de veículo 4x4.
Precisei tirar a prova pessoalmente.

Desde os primórdios do meu interesse por esses veículos, quase pouco depois do abandono da sua produção, o último em 1994 segundo constam as informações, quando aprendi a diferenciar Toyotas, Jeeps, Engesas, o Javali sempre me fascinou por uma simples razão; a sua cara. Ele era e é diferente, na cara, na cor e no jeitão.Não é bonitinho como os Jeeps, não tem cara de cópia japonesa como as Toyotas e tem lá perdido nos cafundés algum parentesco com o Engesa, outra obra prima nacional.
Quando realmente “rompi a barreira” dos carros usuais com o meu primeiro Jeep Ford Willys 1977 original, sentia no fundo no fundo uma sensaçãozinha de traição ao velho admirado. Fica pra próxima... - pensei.

Os anos passaram e andei em quase tudo que tem tração nas 4 rodas nessa vida nem tão vivida assim. O fato é que o tempo passou, o dinheirinho apareceu e as antigas paixões resurgiram. Não queria saber das últimas tecnologias desse mundo fora-de-estrada.Estava dividido entre duas espécies distintas da fauna automobilística brasileira – um JEG ou um Javali - procurando tomar a decisão quase que escondido dos amigos entendidos, afinal pra turma “radical” de pneus gigantescos mas pintura limpa, mencionar o desejo por qualquer um dos dois, era motivo de qualquer coisa semelhante a uma risadinha.Risadinha em vão, diga-se de passagem, afinal o que se ouvia era algum comentário de alguém “adestrado” a dizer que ambos não prestavam, sem nunca ter ao menos sentado em algum deles, quiçá visto um espécime de verdade.

Aproveitei uma festa familiar em Porto Alegre pra comprar um CBT, perdido no sítio da antiga proprietária, isso mesmo proprietária, em Gravataí. Bonitão em condições quase originais, um pouco surrado na pintura original. O transporte via carreta cegonha para Brasília foi um parto demorado. Revisão numa oficina despreparada pra receber o jipe, e lá fui eu com pneus e capota novos.

Vamos ao que interessa.
O Javali é um talento desperdiçado, mas com grande potencial.Desperdiçado porque poderia ter evoluído. Mas não se podia esperar muito de um veículo 4x4 que era vendido ao mesmo preço do popular da época, o Chevette.Uma lataria, chassis e longarinas absurdamente fortes e bem soldadas, um conjunto de feixes de molas bem estruturado ainda que seja tecnologia antiga.Um espaço interno inigualável aos jipes do gênero de qualquer lugar do mundo.Pecou na sua simplicidade e no seu jeito bronco de ser destinado a poucos que poderiam dominá-lo. Um sistema mecânico simples e bruto, mas bastante confiável.Ótimos freios à disco originais, ótimos diferenciais Danna...isso mesmo...a mesma marca que equipa boa parte dos bonitões de hoje em dia !!
Um motor 3 cilindros Turbo Diesel de 85cv...segundo boatos, cópia de um estacionário Mercedes-Bens bem semelhante...que alguns exagerados, da mesma turma dos “adestrados” lá de cima, diziam surtadamente que trincava a carroceria. Ora, nenhum engenheiro da CBT em sã consciência iria manter a produção de um jipe por 5 anos consecutivos se algum grupo de infelizes tivesse se juntado para apresentar qualquer queixa do gênero na ocasião. Tudo mentira. De fato vibrava como qualquer motor à Diesel de baixa rotação, mas não era nenhum holocausto. Falhou em ser filho único desprovido de atenções do mercado e por desenvolver pouco dentro-de-estrada (sejamos sinceros, uns 100km no máximo) se comparado à outros, apesar de extremamente econômico em todas as situações (uma média de 13km/l de Diesel em 4x2, nada mal....). Esquentar um motor daqueles era quase impossível. Era um motorzinho simpático e bem forte para o mato.

Um sistema de câmbio Clark de quatro marchas...sim !! a mesma marca que equipa alguns do bonitões de hoje em dia....bem macio e de fácil manuseio. Caixa de tração prima do Willys - mesma ordem de engate, o mesmo princípio. Rodas livre AVM manuais...sim !! a mesma marca que bla bla bla...embreagem hidráulica oriunda dos tratores de pequeno porte da falida CBT.

Mas nem tudo era tão simpático assim.
O sistema de Direção...maldito sistema de direção que arriava o braço de qualquer parrudo afoito, que dirá de um simples mortal. É dura...mais dura que casca de tartaruga ou pão velho, nas devidas proporções é claro...eu tô falando sério...é dura !! Alguém lá da CBT na ocasião não ia com a cara do pessoal da ZF, famosa marca de sistemas hidráulicos de direção, ou nunca previu que um dia as pessoas iriam ficar mal acostumadas com o que se tem hoje em dia.

Bom, ele ainda trazia, hoje em dia esquecida, proeza de se baixar o pára-brisa.Para os que engolem mosquito ou preferem a casca fechada que os protege das temidas mazelas da urbis moderna, onde o jipe transita em 99% das vezes que sai da garagem, isto não faz diferença. Mas pra quem curte um dia de sol, a brisa noturna, e tá pouco se lixando se o chefe vai reclamar do cabelo despenteado, ah sim...dá tanta saudade !!
Enfim, pra quem pretende e pode se aventurar na opção de compra de um Javali, prepare-se pra cuidar de um cara tímido, mas que aceita qualquer roupa nova que muitos não vestem, por um custo muito menor dos que muitos nem tão merecedores e inflacionados senhores à Diesel recauchutados por aí. E se ele ainda estiver como veio ao mundo, parabéns, é a prova de que tudo o que se tem dito de mal vai por água abaixo. Dê uma ligeira atualizada e divirta-se. Só não o tenha como filho único, pra evitar decepções.

A minha estória terminou com um rito de passagem a outro apreciador como eu, nas mesmas circunstâncias de distância, uma estória que poucos acreditam como poucos acreditaram na minha, na ocasião da compra. Foi o sapato que serviu no pé de quem teve vontade de calçá-lo.

E porquê o vendi ? Xii...aí entra uma outra paixão que não vai caber nesse blog.

Boa sorte !!

Rodrigo Medeiros

Thursday, September 14, 2006

deixaram saudades, mas estão vivos III

no brasil tudo o que é bom dura pouco, apesar de ser durável até o poder econômico dizer chega. limitados e superados, portanto não merecedores de investimentos para enquadrar-se na legislação anti-poluente, o que tornaria o bandeirante inviável face à concorrência, decretaram engenheiros e críticos o seu fim. mas se assim é, e foi, e será?, como se explica o interesse e paixão manifestados pelo bandeirante - e pelo jeg - por um segmento de mercado cada vez mais interessado nos bons puros e duros ?

saudades do futuro

passado com cara de presente

não tem presente, mas tem passado, e com futuro

de costas para o futuro

o futuro com cara de passado

Saturday, September 09, 2006

olho no olho, nos olhos do jeg

quem me vê assim não sabe do que sou capaz

pode ter certeza. aquilo que um puro-sangue não faz o jeg faz, por um relação custo-benefício inacreditável. o que não quer dizer que você não possa tratá-lo também a aveia e cevada. pode-se até fazer uma analogia histórica: o brasil foi desbravado por jegues, que enfrentaram(e venceram) aquilo que nem se pode chamar sequer de caminhos de pedra, barro e lama.
(este jeg está à venda no mercado livre. digite vw jipe jeg dacunha na ferramenta de busca e você chega lá sem precisar de gps. ah!, quer o link? você é daqueles que quer tudo mastigado, na maior moleza né? então. pra quê vai comprar um jeg?)

Tuesday, September 05, 2006

do folheto e do catálogo para a vida, melhor ainda para a estrada

74 Jeg brazilian prototype do frank atkinson, rara versão 4x4 do jeg, rodando em atasacadero CA. é por isso que a califórnia é o que é, of course. ´magina se você vai ver um jeg em miami?

um lado a lado que podia ser na 666*

notem as calotas volkswagen aplicadas ao exemplar, bem de acordo com a estética americana que priveligia as mesmas. pesquisa e achado do marcelo augusto marchiodi, que também nos enviou raro material sobre a kombi 4x4, a ser publicado em breve.
*railway americana que teve o nome mudado por uma crença besta. besta ? não fala em besta que o jeg fica doido.

Saturday, September 02, 2006

nem engesa, nem marruá mas envesa

o engesa segundo seus admiradores e muitas opiniões foi o melhor jipe já fabricado no brasil. uma concordata tirou o engesa da linha de produção. a agrale lançou mão do projeto e o “aperfeiçoou” batizando-o de marruá, destinado preferencialmente ao mercado militar. antes porém, um empresário do paraná, comprou um lote de peças restantes do engesa e passou a montá-los sob a marca envesa, movido, dizem, em princípio, muito mais por uma questão de paixão do que por objetivos comerciais. a última notícia é que devido a grande aceitação – e provavelmente o preço, abaixo do marruá e do troller – o empresário foi “obrigado” a investir em uma nova linha de produção equipando o projeto com novo motor diesel em duas versões, provendo o mercado de mais uma opção. pra ficar completo agora, só falta alguém fazer o mesmo com o jeg. mais isto vai ser objeto do post cccc. está confundindo a sigla? esclarecemos semana que vem.

Friday, September 01, 2006

a lenda como era ela

assim nasceu o land rover em 1948. e muito tempo se passou até que chegassemos ao “ drive a legend” . infelizmente a coisa distorceu a um ponto tal que muita gente se acha uma legenda só porque tem land rover. e por conta disto, só por isso, vive(e acha que realmente tem direito) a querer passar por cima dos outros. entendeu agora? a chiste no lead do nosso blog?
mas atenção: nem todo land roveriano é imbuído do espírito colonialista inglês. há piores. e, of course, exceções.