Thursday, April 12, 2012

intermezzo

enquanto estamos reeditando textos sobre - se você acompanha o blog sabe de que estamos falando - vamos encher linguiça com o alfa matta. e por falar em linguiça, este outro primo torto do jeg é uma paulada em quem tem complexo de pau pequeno e só valoriza jipes X large. na trilha, estrada, ou praia, jipe é como sexo: não é o tamanho mas a performance. mas por via das dúvidas acelere fundo(mas cuidado com a ejaculaçao precoice).
p.s. o google está cheio de imagens do matta, a serviço(policial ou militar) e a paisana.

Monday, April 02, 2012

a caminho ou o caminho da perfeição à vista



o sérgio augusto wanick "emaila" e diz que o jeg da foto(1978) é seu desde 2002( o proprietário faz correção, ver data correta no comentário abaixo) que é o segundo dono. o carro, comprou de de um amigo super cuidadoso, com apenas 6mil km rodados, faz parte da família e ele avisa logo que não cogita vender. a fabricação é de numero 70, sendo que agora ele está com 120 mil Km : "estou partindo para sua terceira pintura geral, porem mantendo o máximo de originalidade possível como você vai poder perceber nas fotos".

enfim alguém que preza pela originalidade. mas não vamos nos entusiasmar, porque neste país a gente não pode elogiar. contudo, sim, eis um exemplar que está no caminho ou indica o caminho - dificílimo - da perfeição(se fosse humana, o post acabava por aqui). 

neste exemplar a imponência da originalidade manifesta-se logo na primeira olhadela. logotipo original, grades protetoras do farol, versão trapezoidal( a outra era quadrada e fixada na chapa no entorno do farol, barra do para-choque no seu tamanho original, protetor da barra estabilizadora, capô alinhado nas laterais( muito raro) e com o fechamento quase perfeito. o pequeno desnível, que é marca, culpa das borrachas que, por serem muito novas ou quando desgastam, desequilibram a linha de fechamento. e as lanternas de pisca primevas, brancas, da linha vw antiga, quando ainda não se utilizavam as amarelas - ou vermelhas, quantidade quase insignificante - utilizadas em caminhões.

os ganchos de reboque no para-choque não são originais. mas ficaram bem estes brincos. (não vamos ser assim tão radicais que já muito antes da minha geração homens e jipes usavam brincos). então tá bom. mas o pequeno mata-cachorro(isto é um nome desgraçado) apesar de manter a unidade do tema e a proporcionalidade não me convencem de todo. há quem coloque do tamanho do para-choque. o que além de ser feio pra dedéu, é um coiso dependurado, o que acentua ainda mais o complexo indisfarçável do ser pequeno, coisa que o jeg, e o proprietário de jeg, não podem ser ou não deveriam ter. afinal, este é o pequeno que satisfaz, se é que me entendem. os faróis de milha quase passam da conta no quesito harmonia e proporcionalidade, mas dão pro gasto e não comprometem.

faz bem ver um jeg assim bem tratado. como se diz ao ver um equino: não se olha os dentes de cavalo dado. mas de um muar a se comprar ou a nos acompanheirar, olhe lá e olhe muito bem olhado. 

o deste jeg mostra que a boa mordedura não só nos faz bem ao vê-la como é garantia aos demais sentidos.



eis, enfim a roda da fortuna ou roda roda e apita

que beleza de roda, apesar da pouca praticidade quando o uso for em terra e barro que acumulam em sua reentrância . o logotipo lateral jeg dá a entender que não é original mas é apenas, ao que parece, um lift do tempo. se a foto for ampliada vai notar com mais propriedade os suportes de para-brisa(arcos pretos na base do mesmo, sobre a grande borracha horizontal de vedação) que serviam para apoio e proteção( estão faltando as borrachitas de contato, pequeninas mas imprescindíveis) quando o mesmo fosse basculado sobre o capô. o sorriso só não está completo porque na lateral esquerda vê-se o pequeno buraco da extração do retrovisor esquerdo. mas ainda assim é belo. e afinal de contas, nem precisa usar aparelho. nada que um dentista, até mesmo ainda não formado, não o conserte. se sim ou se não pode rodar à vontade que impressiona. mas convém corrigir antes do inverno a folga entre a porta de lona e a carroceria, que é para não verter água para dentro.

a cereja do bolo

um dos detalhes mais raros e difíceis de encontrar em um jeg, independentemente do seu estado - ainda mais em funcionamento(este não está) - é a alavanca do afogador, alí com a extremidade redonda, ao lado da versão selectraction do jeg.

muitos se perguntam se isto não foi um roubo - o uso do selectraction - que seria uma invenção do gurgel, que difere no formato das alavancas deste aqui. acontece que além de não ser patenteado, nem sei se poderia, o selectraction já era conhecido por sua utilização no kubelwagen, que alguns, em tom de blague obviamente, chamam de avô do jeg, como este exemplar da foto abaixo. =  por simples curiosidade, há uma empresa canadense que faz hoje réplicas do kubelwagen - com trema no u - e maior ainda, alguns apaixonados brasileiros , um em petropólis e outro em itu, fizeram no peito e na raça réplicas com visual mais do que aproximado.


e já que estamos em família, e  como algumas pessoas confundem o the thing, veículo vw com o kubelwagen, segue então a foto de " a coisa ".

paisagem da janela

com é bela a visão de um jeg que mantém a sua originalidade a despeito do que é passível de desgaste com o tempo. aleta lateral de respiro do motor intacta( outro item muito raro e com adaptações desastrosas), estribo e local de engate do macaco idem, rodas originais e capota sem rugas, apesar da idade, direção com tampo, " ai jesus" também presente( a alça de segurança sobre a tampa do cofre) e o enrolamento da parte superior da porta a contento. contudo...

não há belos sem senões


alguns proprietários de jeg devem julgar literalmente que a auto-estima da traseira ou rabiosque dos seus jegs andaria baixa se conservarem as lanternas originais (as de kombi, no caso dos jegs, com traseira reta, e redondas conforme exemplo que virá abaixo). até que não ficou tão ruim assim. pelo menos teve o cuidado de não deixá-las sobressair, torneando o encaixe completo, ao contrário de algumas que se vê por aí que mas parecem verrugas. estas não são um estôrvo. mas não é original. e o que é pior: são as mesmas lanternas usadas pelos modelos mais antigos do jeep wangler e do troller ainda por cima, o que pode se considerar um insulto, para além de incontáveis usos em caminhões de toda sorte que vão dos vw a miscelâneas de marcas, camionetes idem, até chegar aos chineses. acredito até que muita gente prefere esta solução, porque torna-se mais administrável, pois elimina o farol de ré que fica exposto e dá margens a vandalismo(ser arrancado por algum moleque ou flanelinha mais indisposto. poréns à parte, continuo fiel as origens, menos em um item, que descreverei no exemplo do outro jeg abaixo.

o outro senão é o da capota inteiriça( não há fecho-eclair ou " ri-ri", como se diz no nordeste). tampouco usa o sistema cortina, que costuma dar alguns enguiços por cansaço das molas, e nem todo capoteiro sabe ou tem saco de restaurar. talvez por isso mesmo tenha sido evitado. não se pode falar que aqui o espírito prático ditou as regras. porque faz uma falta danada o acesso pelo banco traseiro, mesmo com as más surpresas do encosto elevado do banco que não permite estrepulias avantajadas pelo traseiro, quer dizer, pelo acesso.mas há um senão positivo: os apoios de cabeça, que retiram aquele ar agreste dos jipes, aqui se apresenta proporcionalizado a tal ponto, que não lhe fere a decência.


lanterna originais para este tipo de traseira(exemplares de 1978, este no caso de nº 114) até meados de 79. e que nada mais são do que sinaleiras de utilizadas por caminhões em seus para-choques bases, principalmente traseiros, completando a arvore de natal que camioneiros gostam de transportar. o caro leitor pode achar aqui uma contradição com o que foi dito acima sobre o uso das lanternas traseiras - no jeg vermelho - por caminhões( e jipes de outras marcas) e estarmos aqui agora a louvar a originalidade fundamentada em também lanternas,ainda que secundárias de caminhões, mercedes principalmente. mas as luzes das grandezas são diferentes. uma, é usar o que já foi usado de forma original por outrém. outra, ser usado a partir de, gerando uma solução e visuais novos(não há outro jipe que faça uso destas lanternas secundárias dos caminhões). destarte, não há contradição a nosso ver. engenharia a bordo optou por isto em vez de desenvolver uma lanterna específica e a solução não deixou de ser satisfatória. a luz de ré também é original, a partir de uma adaptação, e facilmente encontrada em qualquer equipadora de subúrbio. onde falta o galão, está coberto pela pintura, dois orifícios que servem para fixação da cinta que prende o galão, de metal ou lona militar, se for da sua preferência. em post que virá, mostraremos uma versão, ao nosso ver, esteticamente ainda melhor e proporcional a relação tamanho do jeg, galão, que no exemplo vermelho está "pouco grega".

neste exemplar observem que foi adicionado ao para-choque(falta a parte elétrica), tornando- o integrado, o engate. o escape de brasília não é original. e o escape original do jeg não condiz a sua imagem de jeep. e este é um dos únicos itens originais que o espírito jipe gostaria de ver com mudanças(pode-se fazer adaptação com o mesmo kit da volkswagen, deixando a ponteira única para cima, que não fica mal. já vi um exemplar assim, mas não houve tempo de fotografá-lo. a desta foto também não é a melhor solução, muito menos cobri-la com a grade que equipava a brasília e ou utilizar os escapes duplos utilizados em buggys( são mais encorpados). mas eles ficam bem quando adaptados a saída única, mas não horizontalizada. até porque, facilita a entrada de água. para cima também, se não forem seguidos certos macetes.

também neste exemplar não deixe de observar os ganchos de fixação múltipla que são de grande utilidade para amarração de itens a ser transportados e que vinham originalmente, inclusive acima do logotipo dianteiro que no caso do jeg vermelho está lá.

p.s. a título de exercício faça uma compação deste jeg com alguns não originais que apareceram por aqui e confirme suas convicções . pode começar com o outro jeg vermelho que antecedeu este, apresentado imediatamente a seguir.e prepare-se que a confrontação final entre restauração não original e original vem por aí para dilacerar corações.

in tempo: eis as mesmas lanternas, repito, não originais, aplicadas no jeg, e seu uso na formatação original(jeep wangler 1997/98)