Saturday, June 05, 2010

se é baio, é bom. pra que falsear o "puro-sangue"

o dilema continua: "inovação" ou "gambiarra", versus originalidade, sempre mais difícil de ser perseguida e concretizada. com cerca de 459 unidades fabricadas - há quem diga que chega a mais de quinhentos, contabilizando-se unidades montadas fora da linha da dacunha, como os da QT, por exemplo, o jeg é um animal raro, e em extinção. seu preço porém, anda em zigue-zague no mercado. como o mercado é livre, esta unidade está no próprio pela bagatela de 28 mil reais. vale? vale tudo? com ou sem capota? quem pilota um sabe o coice que dá este tipo de exemplar, a começar da gravíssima ausência da carteira de identidade do jeg - seus logotipos, dianteiro, traseiro, e os laterais. como o jeg não é dado, ainda mais por este preço, que não se dá por banguela, convém olhar os dentes.

beleza de fachada

a essência do jeg é o seu caráter puro e duro. quase tôsco, por isso mesmo, qualquer tentativa de transformá-lo em jipe de boutique dá nisso. este parachoque, com ou sem hífem, empaca a fachada característica da queixada do jeg. não me parece uma boa escolha. como diz o ditado, beleza não pôe mesa. mas o que é belo e o que não é? deixemos a filosofia de lado e vamos para frontalidade: não é original, não presta. e assim é a suprema maioria da vezes. podem estilar a vontade que mantenho o relincho.

jeg não é parente de dromedário(pelo menos no mundo automobilístico)

as aletas de ventilação do motor, originais, são, talvez, um dos itens mais difíceis de encontrar, juntamente com a direção e, mais ainda, o cone central. agora os apoios de cabeça esbarram na velha questão segurança x manutenção da originalidade. o fato é que o resultado está mais para dromedário do que para jeg.

de olho na fechadura mas como? com tapa-olho de boi?

as lanternas do jeg originais, redondas, são muito fáceis de achar. provenientes de fornecedores para caminhão( a exceção da série que usou a mesma lanterna da kombi) dão um ar de completude a rusticidade do jeg, complementadas pelo farol de ré, quadrangular, que equipou uma série de originais. vendido como estado de zero, este exemplar nos pede que fechemos os olhos para isso, chamando atenção para a alteração do parachoque traseiro- os originais são de ferro e não ficam em desarmonia com o espírito do carro, como este, e da sustentação da tampa do motor, neste caso substituidas por fechaduras em aço inox, provavelmente náuticas, que resolvem um problema crônico desta peça que, fixada por parafusos, costuma ficar logo folgada, principalmente se você trotar por caminhos pedregulhosos. mas é a tal coisa. o preço da originalidade é a eterna vigilância, o que pode ser um saco para tantos mas é um prazer para outros que sempre após a trilha ou viagem reapertam o que tem de ser reapertado. eu, prefiro, sempre a originalidade. até porque não ví nenhuma adaptação ainda que me convencesse.

quando a originalidade salta aos olhos

quando se trata o jeg - ou qualquer outro animal - com carinho, o brilho dos bons tratos salta aos olhos. é o reconhecimento ao carinho, ao amor, dedicado nos mínimos detalhes. os botôes de controle, a direção e seu cone, originais, mostram bem o que é estar de bem com a originalidade. é isto que diferencia um exemplar de outro. o amor do dono que não se perde em babilaques preocupando-se com a finalidade da crina e não com a armação do cabelo.