Sunday, August 27, 2006

não domestique seu javali, o trator não vai gostar

A CBT (Companhia Brasileira de Tratores), como seu nome sugere, era uma fabricante de tratores, que resolveu criar um off road, um verdadeiro utilitário, que fosse forte, ágil e brasileiro. Surgiu o CBT Javali,100% projetado e manufaturado no Brasil, lançado em 1990.

A autonomia da CBT no projeto foi levada às últimas conseqüências, até o turbo era produzido por ela. O carro era um tosco utilitário de um despojamento franciscano. Feio e barulhento. Mas era extremamente forte, seu motor era um turbodiesel de três cilindros que rendia brutais 25,5 kgmf de torque a apenas 1600 rpm. Por ser ciclo Diesel, o motor trazia as vantagens de ter muito torque em baixas rotações e de não ter distribuidor (para molhar ao cruzar rios) nem carburador (para a cuba desnivelar em aclives); características muito convenientes para a proposta do carro.

Uns, como Fernando Almeida, de Santa Vitória do Pomar no Rio Grande do Sul, odeiam o porco que não se dá a pernil e dá seu depoimento*: "Logo que comprei foi uma alegria, que durou pouco, assim que comecei a tentar domar aquele porco, digo Jipe, descobri porque do nome Javali. A começar pelo conforto, não existe posição de dirigir adequada, pula mais que burro xucro, a direção é dura como a de um caminhão carregado, e se desgoverna pros lados, o motor 3 cilindros faz uma barulheira e tremedeira infernal, se soltam os parafusos, racha e quebra a lataria, treme até os dentes da gente, não tem estabilidade, a caixa de mudanças estava sempre quebrada, juntamente c/a caixa de transferencia, nunca tem freio, a embreagem é uma desgraça, chega a doer a sola do pé, o escapamento esta sempre quebrado, o arranque toca para o lado contrario, pifa e não tem peças, todo o projeto é mal feito, parece tecnologia dos anos 30".

Outro proprietário, Alexandre Valle contesta: "Tenho um veiculo Javali a muitos anos e descordo dos comentarios feitos, pois com pequenas adaptações ele se tornou um excelente off road, melhor que a maioria dos concorrentes, pois é extremamente resistente e dificilmente quebra, normalmente ele é que puxa os demais dos atoleiros em trilhas e em rios, por ser diesel e não ter distribuidor, nada para esse veiculo, sem falar na força de seu 4x4 e reduzida da até para puxar mais de 1 jeep de atoleiro."

O Javali dispunha de um câmbio de quatro marchas, com tração 4x4 e reduzida acionadas por alavanca e roda-livre de acionamento manual junto ao cubo das rodas dianteiras. Suas suspensões eram eixos rígidos com feixes de molas semi-elípticas e amortecedores. Um conjunto feito para a terra, resistente, com curso grande o bastante para sobrepor qualquer obstáculo.

Sem dúvida era um carro com inegável vocação para o trabalho, evocando a força dos seus ancestrais (os tratores da CBT) sem o apelo esportivo e de lazer dos sport-utilities tão comuns hoje. Seus concorrentes diretos àquela época eram o Toyota Bandeirante e o Engesa. O Javali foi vendido ao exército e produzido em série para civis (em uma única cor, um tom entre o cinza e o bege). Mais tarde passou a estar disponível somente por encomenda.

quanto a mim, javali bom é no mato. e original, sem troca e adaptações do motor. se o javali é um porco, no sentido pejorativo usado pelo primeiro proprietário, não vamos aqui dizer que burro é quem não sabe usar o carro de acordo com as especificações para o qual foi projetado

antes de ser um jipe, o javali é um trator, com as características e vicissitudes de um trator. em nossa opinião mais méridos do que defeitos. e como é um javali, tem parentesco com o jeg, pelo menos lá nos ancestrais de ambos.

* depoimentos copydescados no inventanetbrasil.

2 comments:

Anonymous said...

a muitos anos atras comprei um em canoas rs lindo ,amarelinho,c\5000km est de zero .mas a minha alegria tambem durou pouco,em seis meses quebrei,duas pontas de eixo,freio iii nunca tinha a sorte que os reparos do opala tao certinho ,a bomba vivia quebrand a molinha interna,o filtro de vidro vivia puxand ar maldito filtro,embreagem sempre vazando liquido e sempre trocando o reparo interno arranque sempre colando a sorte que tinha chave geral o jeep era novinho e a gente nao conseguia andar nele vendemos com muit tristeza pois nossa intençao era nunca mais vendelo .o sr que comprou era de santa vitoria do palmar ele trabalhav na reserv ecolog,mais tarde fiquei sabend que ele tambem nao conseguio andar no jeep e acabou vendendo para outra pessoa.na epoca fiquei com a impressao que era defeito de um modelo em particular uma unidade mal construida .mas com o passar dos anos constatei que o cbt e muit ruim mesmo,desculpe os proprietarios do modelo um abraço para todos.rafael rio grande rs...

João said...

Nossa! Post antigo destilando ignorância! Tenho um, Javali original tem 20 anos e é meu carro do dia a dia e de trilhas. Infelizmente tem pessoas que fazem adaptações estúpidas e desnecessárias e estragam a viatura. Querem jogar de um barranco e acham que não deveria quebrar porque é um "trator". O Javali é o melhor jipe que já tive e de longe...