Wednesday, January 18, 2012

flash back





catálogos da época davam-no como argentino (se fosse, entroncadinho assim, não seria um messi, mas sim um maradona. fora de forma - mas não muito.


o jeg é - e sempre foi - brasileiro. lançado em 1978, fabricado pela dacunha, era equipado com motor, traseiro, vw da brasília, 1543 mil cm3 e dois carburadores como o gurgel utilizava o selectraction, espécie de blocante manual. com ele era possível 
travar cada uma das rodas independente da outra, o que é bastante útil em percursos no fora da estrada. manufaturado em chapa com carroceria monobloco ao contrário de seu principal concorrente, que era de fibra mas não de aço.a carroceria, toda em chapa
(bicromatizada ou galvanizada) de aço dobrada, podia - e pode - ser fabricada com uma guilhotina e uma dobradeira, tornado mamão com açúcar a funilaria( aço enferruja, não se engane porque o inoxidável rima com o imponderável). deixou de ser produzido nos anos 80, por motivos até hoje não muito bem esclarecidos e constantes sob a rúbrica "dificuldades". após o encerramento de sua produção pela dacunha, algumas unidades, entre elas algumas 4x4 foram produzidas pela Q.T., empresa do projetista do jeg*, cujas maiores informações você terá abaixo. na foto abaixo atente para o detalhe das duas alavancas que conferem o status 4x4 a esta unidade(quando o carnaval chegar vamos publicar o mais completo documento fotográfico de uma unidade 4x4, que hoje vive na california).

o jeg passa uma impressão, que se confirma, de robustez. é peso leve, mas é bom de briga( é o josé aldo dos jipes). pára-choques encimados, guincho manual e protetores de faróis, nesta versão montados no pára-choque, vertical  com filetes verticais, além disto o maior apelo de venda para sua comercialização era, também, o motor, volkswagem 1600, refrigerado a ar. estava garantida a manutenção simples de uma mecânica feijão com arroz  já reconhecida e afirmada, internacionalmente inclusive nas piores condições, o que era garantia de tranquilidade por muitos quilômetros, além de permitir a resposta pronta a todas as solicitações, com sua relação de peso potência mais do que suficiente. a tração dianteira do jeg é um projeto exclusivo da dacunha, ao contrário do chassi, que era de kombi, encurtado em 40 cms. ao lado da alavanca de câmbio encontrava-se a alavanca de engate das rodas dianteiras. a maioria absoluta das não mais de 600 unidades fabricadas do jeg dizem alguns( soma dos produzidos pela dacunha e q.t.) um pouco mais, dizem outros, vinha  com tração 4x2 traseira. a tração 4x4 ficou apenas na fase de protótipo, contudo alguns protótipos " pularam a cerca" e ganharam a estrada(nosso exemplar californiano deve ser um destes). a  transmissão, por embreagem monodisco a seco, de acionamento mecânico, câmbio de quatro marchas sincronizadas para a frente e uma para a ré, com alavanca de mudanças no assoalho. é também amplamente conhecida e reconhecida por sua simplicidade graças ao seu uso pelos veiculos vw desbravadores do mercado( o bom e velho fusca e sua tiazona atirada, a kombi, desde o tempo das redutoras, que no principio também equiparam alguns jegs). suspensão dianteira, independente, com duas barras de torção em feixes, barra estabilizadora e amortecedores hidráulicos telescópicos completam o pacote que qualquer mecânico bem intencionado da cidade, do interior, ou do cu de judas domina com o pé nas costas.
o jeg tornou-se conhecido e associado ao nome de walter catarino finato* militar, coronel, engenheiro do ime no rio de janeiro, que foi trabalhar na dacunha - empresa cegonheira(transportadora de veículos novos) em são bernardo do campo, bem atrás da volks - na época em que a empresa fabricava o jeg. posteriormente, finato montou uma empresa denominada "q.t-engenharia", em barueri, na marginal da castelo branco. lá projetaram uma caixa de transmissão que a zf (também em são caetano) autorizou a fabricação. no fundido da caixa as marcas qt/zf coligavam-se o que dava um certo orgulho para a tecnologia nacional da época. a transmissão era aplicada nos caminhões (ford / gm / chrysler ) 6x6 que acompanhavam o início dos investimentos em álcool no brasil. 



*o assim chamado projetista do jeg. há quem afirme que o projeto já estava pronto - a volkswagen apresentou um veículo similar, na aparência inclusive - postado neste blog - o vw militar, em 1976,  que seria vetado pelas forcas armadas como veiculo militar mas que acabou dando origem ao  jeg, que reutilizava boa parte da mecanica e da carroceria do vw militar. uma das diferenças fundamentais era a colocação do estepe(que vinha sobre o capô) e foi deslocado para o interior do carro, resultando em uma frente diferente e mais curta. 
o jeg foi produzido entre 1978 ate 1981, com a mecanica comum dos fora-de-estrada brasileiros da época(o nosso velho  e "nunca" ultrapassado vw 1600). ao contrario dos concorrentes, eles contavam com tracão 4x4 integral (os rivais, usavam roda-livre). há quem diga que a versao 4x2 não teve tanto sucesso, acontece que ela foi fabricada em maioria, e as unidades 4x4, assim como as de capota rígidas, são mosca branca.
após o fim da producão, o sistema de tracão foi aplicado a kombi pela q.t. porém nunca entrou em linha de produção para tal veículo. 


in tempo: o texto deste post foi copidescado de vários artigos e notas sobre o jeg. o legal seria dar crédito. contudo, em uma observação mais detalhada, notei que começou a haver cruzamento de textos acrescidos de toques pessoais, notas. curiosidades. etc, como neste adaptado ao estilo do voudejeg, assim temos um x-tudo onde misturam-se autorias com enxertos, copies, etc. optei então por registrar o fato mas não citar as fontes "originais". se alguém sentir-se prejudicado, é só badalar os badaloques do jeg. por enquanto fica valendo a máxima que é uma merda, sobre a produção intelectual no brasil. de um só é plágio: de mais de um, é pesquisa.


No comments: