o jeg a meio do caminho da restauração. escolhemos o amarelo case - originais dos tratores case - para dar-lhe aparência mais rústica. esta cor, característica da tinta, quando mais queimada, mais fica " feroz".
já haviam se passado quase oito meses. um certo ar de quase arrependimento. 3.500 reais, custava. lembram? não seria tão caro assim. afinal, o jeg é raro, e ele estava em estado bastante razoável, se duvidar melhor que o meu, faço piada. é certo que as rodas aro 13, deixando-lhe atarracado, não contribuam para aumentar o tesão. mas que bobão, também, raciocinando como jipeiro de boutique. era só tirar as rodas e pronto. sim ia ter que tirar também a grade de fiat que o sujeito sapecou na frente, e aquelas lanternas traseiras de f-1000, desproporcionais pra caralho. isso não dava mesmo pra engolir. acho que foram estas lanternas que me deram um chute no saco.
95 km por dia. era o que eu estava fazendo, alternando o mp-lafer 75 - que espera tempo e grana para a restauração, que por mim será no toninho ou no batelli, em são paulo, com a bronca de ter que achar as rodas raiadas da mangels, raras, o que pode sair por uns 25 mil reais( e eu aqui " pirangando " 3.500, sim mas 3.500 eu tinha, já 25, existem outras prioridades)- sim alternando com o gurguel tocantins 91 TR, entre boa viagem e enseada dos corais, uma praia que mal começou a ser habitada e enfeiou-se de vez. e nem era a força da grana que ergue e destrói coisas belas. era aquela coisa típica da classe mírdia brasileira que constroi casa com piscina mas desvia a fossa para a praia. filhos da puta!, resmungava todo dia, até que mudei-me, e já com atraso, apesar da beleza da praia. o nordeste todo vai no caminho. do turismo? não, dá merda. da falta de planejamento e fiscalização, da especulação, que confunde inchaço, crescimento, com desenvolvimento.
45 mintuos de trajeto, sem tráfego. saia cedo e voltava sempre pelas duas da matina. quem manda ser publicitário? aquele ser que sempre tem desculpas para não ir para casa cedo. principalmente quando se quer ir e tem sempre algo de última hora para corrigir ou acabar de derrotar.
idas e vindas ou muito cedo, para não pegar engarrafamento ou na madrugada, nada no trajeto que me chamasse atenção. salvo naquele dia que segui para o trabalho a tarde já que havia chegado as seis da manhã em casa.
pego o velho caminho, procurando fugir da br 101, verdadeiro test drive para arrebentar com pneus e suspensões, e vou pela antiga estrada que passa por pontezinha.
súbido - freiada daquelas que cantam os pneus - numa oficina recuada de vendas de peças usadas de kombi. não um, mais dois! dois jegs! e um deles, advinha? o que havia deixado de comprar há quase oito meses atrás.
estaciono e atravesso com cuidado. a cabeça de homem e o coração de menino, a pensar naquelas coisas, estava escrito nas estrêlas, aquele jeg nasceu pra ser meu? nasceu ?
(continua pra semana)
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